domingo, 28 de outubro de 2007
Morte
Indagai onírica senhora do tridente
As horas certas para tantas maquilagens
Para ouro de brincos e pingentes
Entretanto, ao despertar fito a clarabóia.
E não, não convém aborrecer-me
Eu que logo serei carne mofada e tétrica no ataúde
Não que esteja morbo ou suicida
Apenas me acomete o mal de existir
E no estampido da existência, fixo-me na escuridão eterna.
Entretanto, ao despertar fito a clarabóia
E a luminosidade expressa o dia em auroras
Sem entender o breve sofrimento
Um dia a compridíssima mão me ceifará
E se a indelével parte ainda segue aos apelos da paixão
E todo o meu apego é efêmero
Tudo o que é bom na vida é assim
Entretanto, ao despertar fito a clarabóia.
E a luminosidade expressa o dia em auroras
Ao alcance dos lábios nostálgicos
Um beijo e uma botija de vinho
E o prodigioso luto se aproxima
Entretanto, ao despertar fito a clarabóia.
É a obscuridade, o começo do jamais
É hora de, tendo termo, chegar ao infinito
Graças que é hora de nunca mais.
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Vazio
Deixaste esse vazio difícil e quase inexplicável. Como se a distância fosse sempre presença incomoda e as medidas da ausência algo só perceptível no estio de afeto, que ressoa como um uivo na mesma hora dos gestos de alcova. No fundo é um momento apenas. Mas, por tudo, é como se a saudade fosse transbordando vida a fora.
Deixaste esse vazio difícil e quase inexplicável. Como se a distância fosse sempre presença incomoda e as medidas da ausência algo só perceptível no estio de afeto, que ressoa como um uivo na mesma hora dos gestos de alcova. No fundo é um momento apenas. Mas, por tudo, é como se a saudade fosse transbordando vida a fora.
Assinar:
Postagens (Atom)