quinta-feira, 7 de maio de 2009

Palco


Esse riso fácil que sustento não é meu. Eu tenho uma música lúgubre dentro de mim. Estatelo-me ao solo a guisa de aprovação e gargalhada. E no retraído lambo as feridas purulentas do meu ser. Loquaz no púlpito da glória. E mudo na sacristia da minha alma. Fausto das gôndolas mercantes. Mesquinho nas tramas íntimas. Hoje, como sempre; e eu, como tantos... Ganho o mundo perdendo alguma coisa ingênua em mim... Que sempre volta com mais força.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Última Gota

Como estivesse vestido para uma noite de amor morrerei. Serenamente sumirei pelas espumas ou de súbito ceifado. Inconformado e violento. Sabendo que todas as madrugadas foram minhas. E todas as lágrimas vertidas. E todas as ânsias. Todo o êxtase. Alternância de dor como sucedânea do gozo, e o inverso disso. Porque nunca desisto de nada, até a última gota de mim.