domingo, 26 de agosto de 2007



Oradores do Deserto
Cantemos a fausta iniqüidade do agora
Velejemos em neuroses globais
Encenando a salvação dos espíritos
Tirando de todas as coisas
O eco mais surdo e a mímica mais cega
Falemos, pois, dessas miríades de castigos
Do despejo universal da meia-morada do indivíduo
Dos iluminados – voluntários da escuridão
Se nosso horizonte é parede cinza
Enxerguemos no cinza os preparativos para a chuva
Quando chove a enxada pára e o arado inerte
Pesa a sorte do semeador do estio
Resta a revolta como predicado da liberdade
Substantivo que acata ordens do vendaval
E explode em oásis de fogo
Porque somos nós os oradores do deserto

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